A Casa da Juventude foi uma conquista para juventude da RMR. O espaço foi utilizado como ponto de encontro para discussões e debates sobre propostas de políticas públicas de juventude, além de atividades culturais e de lazer. A experiência de 2005 foi bastante importante para o exercício da participação juvenil que construiu, através de muitos diálogos com ongs e gestores públicos, a gestão, o funcionamento e o financiamento da Casa da Juventude.

20060520

Carta de Evandro à reunião do Fórum das Juventudes

Bom dia a todos e todas. É com imensa alegria que recebo a notícia deste diálogo promovido pelo Fórum das Juventudes com a atual Coordenação da Casa da Juventude e com representantes da Ouvidoria Jovem do Consórcio. Lamento, no entanto, minha ausência nesta significativa reunião, pois tinha um outro grande compromisso marcado que eu não tive tempo (por tomar conhecimento desta reunião às vésperas de sua realização) de adiá-lo.
Gostaria imensamente de estar presente pelos anseios que sofri por este momento.
Muitos sabem o quão dura foi nossa batalha na experiência da Casa da Juventude e quantas alegrias e momentos inesquecíveis vivenciamos nesta.
Eis subitamente minha pergunta: a história continua?
Tivemos uma história ímpar entre os centros de referências de juventude que surgiram através do CSJ de todo o país, o único que construiu sua experiência de maneira autônoma e sem institucionalizar-se, servindo aos grupos juvenis de toda a região metropolitana e ainda no propósito de ser uma idéia posta em prática que deveria ser assumida pelos nossos gestores públicos respeitando esta participação popular.
Fico feliz na possibilidade de tudo ser conquistado, só não podemos pensar na hipótese de termos dado um passo atrás.
Explico: muitas dúvidas e incertezas afligem a mente de todos que estão na batalha pela Casa, batalha esta que antecede o próprio CSJ.
Mas o que eu quero mesmo é listar algumas idéias relativas às angústias de muitos: 1. A Casa da Juventude não é uma luta de um interesse de único grupo, ou segmento social, é uma luta, um sonho de todos.
2. Embora a responsabilidade da Casa seja de todos, ela tem seu público prioritário. Ela é fruto de dois caminhos que se encontram: políticas de juventude discutidas no grupo interministerial e necessidades reais da juventude que se organizou junto aos movimentos sociais e se fez ouvir.
3. Não deveríamos, a não ser que seja assim por todos decididos, descaracterizá-la e nem ignorar sua historicidade. Desse modo a possibilidade de fazer uma inauguração por mais um prédio provisório não faz sentido, deveríamos inaugurar um prédio próprio (se fosse este o caso). O dinheiro gasto com esta inauguração garantiria meses de funcionamento da Casa, algo passível de ser negociável. Parece-me até que foi pela mudança do ministro e não pela mudança do endereço. (inclusive a festa ano passado era mesmo pelo lançamento do Consórcio). Vale lembrar aqui a Casa inclusive tem esta placa de inauguração, vai se fazer outra placa?
4. Devemos respeitar os acordos firmados pela Visão Mundial com o Ministério e com as demais executoras, no uso da Casa para os fins do CSJ, porém trabalharmos na expectativa de continuidade da Casa e na expectativa de utilização da mesma pelos grupos juvenis, resgatando todas as experiências possíveis realizadas ano passado, é para mim imprescindível no que se refere ao compromisso das instituições com toda a sociedade civil que vem avançando nas discussões de políticas públicas de juventudes, onde centros de referência como a que vivenciamos é uma das pautas mais presentes (podemos observar isto nas várias publicações: Projeto Juventude-Documento de Conclusão, Relatório Preliminar da Comissão Especial Destinada a Acompanhar e Estudar Propostas de Políticas Públicas para a Juventude, Políticas Públicas de Juventude - Uma proposta para a Sociedade, Retratos da Juventude Brasileira e, o mais significativo dos textos, Juventude em Pauta). Esta são minhas breves considerações e opiniões, devemos ver o que resultará dessa discussão pra podermos seguir adiante. Faço um convite a todos para lerem vários textos produzidos sobre a Casa da Juventude em seu blog e discutir a carta dos movimentos a Coordenação Geral do CSJ da RMR. Agradeço a todos o convite.

20060504

Carta dos movimentos e organizações juvenis à CSJ - Recife

À Coordenação Geral do Consórcio Recife, Nós grupos e entidades, abaixo-assinadas, vimos através desta carta dar início a um diálogo de extrema importância para a história da juventude pernambucana.
Acreditamos que seja de seu conhecimento o processo de implantação da Casa da Juventude do Recife e que esta construção se iniciou através de diálogos e articulações anteriores a construção do próprio Consórcio Social da Juventude. E que durante mais de um ano de reuniões para se implantar a CSJ Recife, foi resgatada esta discussão sobre a Casa da Juventude do Recife com a participação de representantes de algumas organizações juvenis desta cidade. Que além de acompanhar as reuniões onde discutia-se o Termo de Referência do Consórcio, participaram da elaboração do projeto bem como da implantação e, pós-consórcio, da gestão desta Casa
Sabemos que entre as metas do Consórcio Social da Juventude existe a implantação de um centro de referência de juventude e que além de atender a um percentual das ações do Consórcio deverá estar funcionando também para atender as demandas apresentadas pelos movimentos juvenis existentes.
Houve uma significativa experiência na utilização da Casa da Juventude durante o ano de 2005 por alguns grupos e organizações juvenis, onde dialogando com as antiga coordenação propuseram, para toda a sociedade e sobretudo aos jovens, grande número de atividades que geraram conhecimento, fortalecimento político, entretenimento e renda, nas mais diversas áreas. Atividades em sua maioria autogestionadas pelos próprios grupos juvenis através da confiança e da legitima representatividade intrínsecas na coordenação da Casa da Juventude durante o ano de 2005.
Nosso objetivo maior aqui é de darmos continuidade às ações /atividades interrompidas desde o fechamento da casa, em 30 de dezembro de 2005. Propomos para isto uma reunião com os representantes destes grupos que atuaram na gestão da Casa ano passado com a atual coordenação da Casa da Juventude do Recife para realizarmos planejamento e agendarmos atividades, assim como discutirmos a colaboração e participação desses grupos na gestão desse espaço. Observando e respeitados as demandas programadas para as atividades do CSJ.