Casa da Juventude

A Casa da Juventude foi uma conquista para juventude da RMR. O espaço foi utilizado como ponto de encontro para discussões e debates sobre propostas de políticas públicas de juventude, além de atividades culturais e de lazer. A experiência de 2005 foi bastante importante para o exercício da participação juvenil que construiu, através de muitos diálogos com ongs e gestores públicos, a gestão, o funcionamento e o financiamento da Casa da Juventude.

20060703

3 Casas da Juventude?

Existe um princípio político e ético que diz que calar é tomar partido, é também ter responsabilidade diante do percurso da história. No caso da Casa da Juventude não seria diferente.
Mas temos sempre boas notícias!
Juntou-se a Diaconia, EQUIP e mais outras seis entidades para montar um Centro de Comunicação da Juventude, cujo seminário de Comunicação como Direito Humano foi o lançamento desse Centro, com o propósito de formar e também propor uma sustentabilidade e geração de renda para os jovens na área de comunicação.
Este propósito é um dos previstos também no planejamento da Casa da Juventude... Então por que não potencializar o que já existe? Uma boa idéia diante disso seria fazer com que os três centros (Casa da Juventude do Recife, Centro Jovem do Cabo de Santo Agostinho e, o recém-criado, Centro de Comunicação) tenham uma visibilidade comum, fazer peças de divulgação de atividades sempre dos três juntos, assim fortalecerá a idéia da importância desses centros como uma política imprescindível e que vem dando certo junto a juventude (talvez uma espécie de escola alternativa de quem quer praticar na vida, experimentar outras coisas...).
Vamos tentar esta nova idéia?

20060607

Relatório final do CSJ de 2005 é vago e falho.

Ao término do Consórcio ano passado houve várias avaliações (uma da ouvidoria jovem, uma dos educadores e outra das entidades executoras, onde esta última teve a participação de muitos educadores que também participaram da avaliação anterior).
O resumo de todos os relatórios (das avaliações e das ações de todas as coordenações e entidades) ficou sob a responsabilidade da entidade âncora realizar, com a aprovação final da Coordenação Geral. Tomamos o conhecimento deste resumo a poucos dias e contestamos o primeiro item, da página 32, onde cita a prioridade que a Casa da Juventude dava aos movimentos juvenis em detrimento das ações ou jovens do Consórcio, o que não é uma verdade pois os movimentos juvenis, sempre participaram de duas formas muito sistemática:
1. Utilizando-se dos espaços quando este se encontrava ocioso principalmente fora dos horários de funcionamento das ações do Consórcio (geralmente a noite ou fins-de-semana).
2. Propondo ou aceitando, enquanto parceiros, a execução de atividades que eram oferecidas às entidades executoras através de divulgação de e-mails, cartazes e, sobretudo telefonemas...
A comunicação do Consórcio, apesar de ser coordenado por alguém de um compromisso social notável, não correspondia a todas necessidades, provavelmente pela grande demanda que todo o programa apresentava. Os jovens comunicadores também não conseguiram produzir bem talvez por este mesmo motivo. Os recursos de comunicação e transporte além de outros fizeram muita falta à Casa ( que na maior parte do projeto ficou desprovida de recursos inclusive de Internet). Lembrando mais uma vez que também não tínhamos dentro da Casa existiu a contratação para atuar como secretária ou como auxiliar administrativo.
Ter aberto a Casa aos movimentos juvenis que inclusive desde sempre contribuiu com o Consórcio não foi de forma alguma uma prática de privilégios ou de protecionismo e sim de reconhecimento e compartilhamento de necessidades. Esta avaliação deturpada coloca a gestão da Casa num lugar muito comprometedor: o que pode ser interpretado inclusive como crime, uma vez que este projeto possui convênios e recursos públicos.
Ainda durante a execução do Consórcio, a coordenação da Casa fez um levantamento sobre os motivos da não participação dos jovens nas atividades oferecidas pela Casa, os três únicos motivos apresentados foram:
1. Falta de passagem: alguns jovens achavam que a instituição é quem deveria fornecer a passagem para este se locomoverem até lá, o que não acontecia.
2. Falta de tempo: reclamavam, pois tinha as aulas do curso, o voluntariado e a escola.
3. Falta de comunicação: muitos ainda não sabiam a existência da Casa (embora já estivesse ido até ela para participar das aulas de Inclusão Digital), para que servia e que atividades desenvolvia-se ali. Como este levantamento foi realizado na presença de educadores, alguns destes também revelaram que não conhecia a Casa, que relação tinha com o Consórcio e nem o que era de fato o Consórcio.
Nenhuma atividade foi proposta para Casa (exceto o Cinema) com a participação das entidades executoras no sentido de elas mesmas promoverem (houve sugestões, mas que não podiam assumir devido a ausência de recurso para isto). Por outro lado a qualificação do Consórcio também teve dificuldades para tal exercício na Casa.
Todas estas questões foram colocadas (além de outras) por Evandro e Éricka em reuniões da Coordenação e no relatório final que estes entregaram à Coordenação Geral.
Não puderam, infelizmente, discutir durante a avaliação das executoras. Foi sugerido primeiro uma escuta e registro e depois uma discussão sobre os pontos observados pelas executoras o que foi adiado e posteriormente solicitado pela Coordenação Geral a não-presença dos coordenadores de cada área.
Queria entender de fato o que se passa pela cabeça dos coordenadores institucionais de "ongues" qd se fala em políticas públicas de juventude, qd se fala em protagonismo juvenil, qd se fala no jovem enquanto sujeito de direitos, qd se fala em juventude participativa, espaços de participação da juventude e centros de referência da juventude. Fazemos o convite a todos para lerem ao menos o capítulo 12 do livro Políticas Públicas - Juventude em Pauta, e páginas 36 a 39 do Projeto Juventude - Documento de Conclusão.
Podemos disponibilizar todo o relatório que e que foi entregue a Coordenação Geral do CSJ em Recife para compor o Relatório Geral.
Reforçamos que é importante a divulgação dos textos postados aqui e também a comunidade no orkut criada por Haroldo e, se possível, juntar todo este material e entregar ao Ministro e a Luciana Tannus (se é que ela ainda é a responsável pelo CSJ),entregar também a Regina Novaes e a todos os membros do Conselho Nacional da Juventude, assim como ao delegado da DRT, o companheiro Jorge Perez.
Agradecemos como sempre a atenção e o carinho de todos.

20060520

Carta de Evandro à reunião do Fórum das Juventudes

Bom dia a todos e todas. É com imensa alegria que recebo a notícia deste diálogo promovido pelo Fórum das Juventudes com a atual Coordenação da Casa da Juventude e com representantes da Ouvidoria Jovem do Consórcio. Lamento, no entanto, minha ausência nesta significativa reunião, pois tinha um outro grande compromisso marcado que eu não tive tempo (por tomar conhecimento desta reunião às vésperas de sua realização) de adiá-lo.
Gostaria imensamente de estar presente pelos anseios que sofri por este momento.
Muitos sabem o quão dura foi nossa batalha na experiência da Casa da Juventude e quantas alegrias e momentos inesquecíveis vivenciamos nesta.
Eis subitamente minha pergunta: a história continua?
Tivemos uma história ímpar entre os centros de referências de juventude que surgiram através do CSJ de todo o país, o único que construiu sua experiência de maneira autônoma e sem institucionalizar-se, servindo aos grupos juvenis de toda a região metropolitana e ainda no propósito de ser uma idéia posta em prática que deveria ser assumida pelos nossos gestores públicos respeitando esta participação popular.
Fico feliz na possibilidade de tudo ser conquistado, só não podemos pensar na hipótese de termos dado um passo atrás.
Explico: muitas dúvidas e incertezas afligem a mente de todos que estão na batalha pela Casa, batalha esta que antecede o próprio CSJ.
Mas o que eu quero mesmo é listar algumas idéias relativas às angústias de muitos: 1. A Casa da Juventude não é uma luta de um interesse de único grupo, ou segmento social, é uma luta, um sonho de todos.
2. Embora a responsabilidade da Casa seja de todos, ela tem seu público prioritário. Ela é fruto de dois caminhos que se encontram: políticas de juventude discutidas no grupo interministerial e necessidades reais da juventude que se organizou junto aos movimentos sociais e se fez ouvir.
3. Não deveríamos, a não ser que seja assim por todos decididos, descaracterizá-la e nem ignorar sua historicidade. Desse modo a possibilidade de fazer uma inauguração por mais um prédio provisório não faz sentido, deveríamos inaugurar um prédio próprio (se fosse este o caso). O dinheiro gasto com esta inauguração garantiria meses de funcionamento da Casa, algo passível de ser negociável. Parece-me até que foi pela mudança do ministro e não pela mudança do endereço. (inclusive a festa ano passado era mesmo pelo lançamento do Consórcio). Vale lembrar aqui a Casa inclusive tem esta placa de inauguração, vai se fazer outra placa?
4. Devemos respeitar os acordos firmados pela Visão Mundial com o Ministério e com as demais executoras, no uso da Casa para os fins do CSJ, porém trabalharmos na expectativa de continuidade da Casa e na expectativa de utilização da mesma pelos grupos juvenis, resgatando todas as experiências possíveis realizadas ano passado, é para mim imprescindível no que se refere ao compromisso das instituições com toda a sociedade civil que vem avançando nas discussões de políticas públicas de juventudes, onde centros de referência como a que vivenciamos é uma das pautas mais presentes (podemos observar isto nas várias publicações: Projeto Juventude-Documento de Conclusão, Relatório Preliminar da Comissão Especial Destinada a Acompanhar e Estudar Propostas de Políticas Públicas para a Juventude, Políticas Públicas de Juventude - Uma proposta para a Sociedade, Retratos da Juventude Brasileira e, o mais significativo dos textos, Juventude em Pauta). Esta são minhas breves considerações e opiniões, devemos ver o que resultará dessa discussão pra podermos seguir adiante. Faço um convite a todos para lerem vários textos produzidos sobre a Casa da Juventude em seu blog e discutir a carta dos movimentos a Coordenação Geral do CSJ da RMR. Agradeço a todos o convite.

20060504

Carta dos movimentos e organizações juvenis à CSJ - Recife

À Coordenação Geral do Consórcio Recife, Nós grupos e entidades, abaixo-assinadas, vimos através desta carta dar início a um diálogo de extrema importância para a história da juventude pernambucana.
Acreditamos que seja de seu conhecimento o processo de implantação da Casa da Juventude do Recife e que esta construção se iniciou através de diálogos e articulações anteriores a construção do próprio Consórcio Social da Juventude. E que durante mais de um ano de reuniões para se implantar a CSJ Recife, foi resgatada esta discussão sobre a Casa da Juventude do Recife com a participação de representantes de algumas organizações juvenis desta cidade. Que além de acompanhar as reuniões onde discutia-se o Termo de Referência do Consórcio, participaram da elaboração do projeto bem como da implantação e, pós-consórcio, da gestão desta Casa
Sabemos que entre as metas do Consórcio Social da Juventude existe a implantação de um centro de referência de juventude e que além de atender a um percentual das ações do Consórcio deverá estar funcionando também para atender as demandas apresentadas pelos movimentos juvenis existentes.
Houve uma significativa experiência na utilização da Casa da Juventude durante o ano de 2005 por alguns grupos e organizações juvenis, onde dialogando com as antiga coordenação propuseram, para toda a sociedade e sobretudo aos jovens, grande número de atividades que geraram conhecimento, fortalecimento político, entretenimento e renda, nas mais diversas áreas. Atividades em sua maioria autogestionadas pelos próprios grupos juvenis através da confiança e da legitima representatividade intrínsecas na coordenação da Casa da Juventude durante o ano de 2005.
Nosso objetivo maior aqui é de darmos continuidade às ações /atividades interrompidas desde o fechamento da casa, em 30 de dezembro de 2005. Propomos para isto uma reunião com os representantes destes grupos que atuaram na gestão da Casa ano passado com a atual coordenação da Casa da Juventude do Recife para realizarmos planejamento e agendarmos atividades, assim como discutirmos a colaboração e participação desses grupos na gestão desse espaço. Observando e respeitados as demandas programadas para as atividades do CSJ.

20060425

Movimento Pró-Casa da Juventude do Recife.

Conclusão da experiência. A Casa da Juventude do Recife (CJR) foi um exemplo de centro de referência da juventude, funcionando como um espaço de atuação, de convivência e de participação de grupos juvenis organizados das mais diversas formas. Resultante de uma legítima demanda dos setores juvenis organizados, a CJR fora idealizada por jovens do Fórum das Juventudes do Recife, do movimento hip-hop, do Movimento Cultural Boca do Lixo, do Canal M, do programa Círculos Populares, entre outros. Sua implantação e início de atividades aconteceram em março de 2005 através do Consórcio Social da Juventude (parte do Programa Primeiro Emprego do Ministério do Trabalho). O Consórcio consistiu em uma ação integrada entre governo federal e instituições não governamentais com o objetivo maior de inserirem jovens (de 16 a 24 anos, de baixa renda e escolaridade) no mercado de trabalho possuindo como metas: · Incluir, nas ações de qualificações do Consórcio 954 jovens, possibilitando a inserção para o trabalho de 287 jovens. · Estruturar um centro de juventude. Objetivos iniciais pelos quais foi criada a Casa da Juventude do Recife: · Um centro de produção e difusão de informações sobre o mundo do trabalho, as ofertas de emprego para jovens, as oportunidades econômicas para os empreendimentos juvenis. · Um centro de formação (em associativismo, cooperativismo e economia solidária) especificamente dirigido aos jovens. · Um centro de formação em atividades artísticas, especificamente ligadas à música, produção de vídeo, cinema, audiovisuais e comunicação. · Um centro de produção de vídeos, audiovisuais e eventos culturais e artísticos. · Uma feira de venda de produtos artesanais e culturais produzidos pelos jovens. · Um centro de apoio e fortalecimento às atividades das organizações juvenis, incluindo o apoio legal. · Um ponto de encontro e lazer; um espaço de articulação e intercâmbio onde tudo quanto for do interesse da juventude poderá acontecer. Do projeto inicial nem tudo fora realizado, mas a experiência teve a adesão de um número bem maior de grupos juvenis, muitos dos quais intervieram na gestão da Casa. E muitas novas idéias e demandas apareceram a partir desses grupos. Posteriormente como objetivo maior de ser um espaço de constituição e visibilidade dos jovens atores políticos na nossa cidade a CJR foi de muita importância, embora não tenha servido sistematicamente como um espaço de interlocução com o poder público (sendo apenas suprida por algumas reuniões do Fórum e a possibilidade de articulação à garantia de participação das conferências municipais e O.P.). Tinha-se como meta da experiência vivenciada ser um espaço administrado, mantido e coordenado por alguma instância governamental de interlocução direta da juventude, respeitando sua origem, sua experiência e garantindo a participação direta dos grupos/ atores nos processos de decisão. Este anseio ficou registrado durante protesto realizado no Festival da Juventude realizado pelo Governo de Pernambuco, onde a CJR adquiriu um stand onde, além de exibir um texto que explicava o motivo de seu fechamento, lia-se “A Casa da Juventude do Recife está fechada, precisamos do apoio do poder público”. A importância da Casa não se dá apenas pela utilização de espaço físico, mas na possibilidade de integração entre diversos atores; a Casa além de servir aos mais diversos grupos da RMR, foi espaço de atuações que se fortaleceram por causa da integração desses grupos, gerando muitas discussões, debates, eventos, ações voluntárias, intervenções políticas e participação em manifestações públicas, O.P. e conferências. Embora os grupos utilizassem a Casa para os mais diversos fins (esportivos, artísticos, de lazer, político, ecológico, informativo, etc.) lá eles aprendiam uns com outros e dessa forma se cooperavam também; a ação de voluntariado /colaborador/ militante da Casa serviu como um processo maior de integração desses atores envolvidos. A Casa servia de referência não só para jovens que não tinham uma participação política efetiva ou que viviam em grupos protagonistas, mas que eram moradores ou estudantes próximos, que descobriam a Casa através de eventos que eram divulgados (festas, exibição de filmes) e de serviço (como o acesso gratuito à internet) servindo dessa forma como a porta de entrada à participação social e política desses. Após o fechamento da Casa, os grupos ainda não tiveram espaços garantidos para dar continuidade às suas atividades (uma certa exceção é a cooperativa juvenil de vídeo, Gambiarra Imagens, que tem um espaço com horário bastante reduzido para sua atuação no espaço oferecido pelo Centro Nordestino de Medicina Popular, ONG em Olinda, que apóia, entre outras, a realização da CJR). E, com este perfil de órfão, representantes de grupos que atuavam na Casa continuam atuando através de um movimento de reivindicação desta política pública, articulando-se inclusive com jovens do município do Cabo pela experiência na conquista da construção do Centro Jovem, numa parceria da Prefeitura e a Plan (organização internacional que também financiou os quatro últimos meses da CJR). Atualmente temos aqui na Cidade do Recife um grande avanço nas políticas de juventude: uma é a proposta de criação de uma Comissão de Juventude na Câmara dos Vereadores e a outra é a recém-criada Gerência de Juventude da Secretaria de Direitos Humanos. Estas instâncias frente ao retorno do Consórcio Social da Juventude são a esperança de continuar a Casa da Juventude do Recife ao que ela veio: integrando todas as ações, seja ela do MinC, do MTE, da Prefeitura ou da própria juventude, contudo que seja de interesse da juventude e que seja feita com a sua participação, sobretudo tratando-se da gestão do espaço - que se faça então uma gestão compartilhada para garantir que a Casa sirva de inserção não só no mundo do trabalho,mas na inserção da participação social e principalmente na inserção do diálogo com o poder público. Torçamos para que os grupos juvenis que dela necessitam voltem a tê-la como sua Casa. Que sejam bem vindo de volta: o Fórum das Juventudes, a Pastoral da Juventude do Meio Popular, a Rede Jovem do Nordeste, a Rede de Resistência Solidária, o Coletivo Êxito d’ Rua, o Movimento Cultural Boca do Lixo, a AROCKPE, o Canal M, o Coletivo Vidiverso, o Chapéu de Couro, a Gambiarra Imagens, o Centro de Mídia Independente, movimento punk, Coletivo Jovem de Meio Ambiente, entre outros. Façamos com que uma das metas do consórcio seja a realização de um grande sonho de toda a juventude da Região Metropolitana do Recife. E que a CJR, apesar do apoio de diversas organizações, se estabeleça enquanto política pública - esta é a meta de todos que nela atuaram, que a ela apoiaram e que nela viveram. Evandro Sena. Coordenador da Casa da Juventude do Recife durante o ano de 2005.

Centros de Juventude - texto para reflexão

Os Centros de Juventude são pontos de pautas imprescindíveis nas discussões das Políticas Públicas de Juventude. Aqui no Brasil esta discussão já atravessou uma década; impulsionada pelo aumento da proporção de uma faixa etária (15 a 24 anos) em relação a população total e pela relação notória que essa juventude passou a ter na sociedade. Resultando, inclusive, em projetos e ações tanto de ONGs como do próprio governo destinados a esse público nas mais diferentes questões as quais lhes dizem respeito (sexualidade, desemprego, drogas, violência, etc). É necessário reconhecer que a juventude vai além da adolescência e que se as crianças e os adolescentes são sujeitos de direitos, porque os jovens também não serem reconhecendo-se suas especificidades? Dada a largada então para esta discussão e para as propostas de políticas para este público específico que entre diferentes áreas (educação, drogas, prevenção da violência, desenvolvimento social, saúde, trabalho, esporte e lazer, etc) uma delas é a da participação juvenil que segundo o Projeto Juventude implica, em termos de PPJs, assumir a importância de estimular e garantir o protagonismo dos jovens (Documento de Conclusão, pg. 36). Mas para estimular e garantir o protagonismo dos jovens é necessário tanto conhecer seus anseios como reconhecer suas reais necessidades; reconhecer suas iniciativas, apoiar suas ações tanto isoladas como em grupos, capacitá-los politicamente, apoiá-los através de recursos financeiros e materiais e, sobretudo, garantir seu espaço político, tanto regionalmente como nacionalmente. Neste aspecto os Centros de Juventude são espaços onde se possibilita tanto a motivação dos jovens a se organizarem (inclusive para se apropriar do próprio centro) como oferecer subsídios às organizações e movimentos juvenis. Nestes centros pode-se tanto discutir a gestão dos mesmos, como apenas utilizar-se deles para experimentações criativas e políticas, assim como fazer dos próprios jovens seus centros de produção e de geração de renda. No Brasil a experiência de Centros de Juventude ainda se dá de maneira muito tímida, não sendo reconhecido, portanto, o seu impacto social, mas esta corrente de discussões e políticas públicas da juventude faz referências ás experiências de centros de juventudes existente em alguns países da Europa (bastante significativo o relato de tais experiências nas viagens de estudo realizado pela Comissão Especial Destinada a Acompanhar e Estudar Proposta de Políticas Públicas para a Juventude).

20060331

Apresentando este espaço virtual.

A Casa é nossa!
Este blog da Casa da Juventude é o espaço que temos para colocar nossas opiniões a respeito do projeto, relatar nossas experiências, noticiar o que vem pela frente, publicar entrevistas, artigos e nossas fotos também. Navegue-o e descubra toda semana o que temos a mais para oferecer!

20060315

Dialogando com a Juventude

Acreditamos numa política que se faz junto aos movimentos sociais.
E por isso foi uma surpresa para o movimento pró-casa da juventude a informação, principalmente pelo fato de ter recebido através da Secretaria de Direitos Humanos, de que o Consórcio Social da Juventude já estava sendo renovado.
Bem, neste igual período Evandro e Éricka, ex-coordenadores da Casa, estavam levando os resultados da experiência da Casa da Juventude (pós-consórcio) para a Secretaria, que eles conheceram, gostaram e que de fato foi uma bela experiência, acompanhada por técnicos de algumas instituições Consorciadas (Retome Sua Vida, Centro Nordestino de Medicina Popular, Centro de Trabalho e Cultura, Casa Menina Mulher) e também por grupos juvenis.
Infelizmente o trabalho de ser um espaço de qualificação e de intervenção nos processos de inserção social e de geração de renda só foi possível após a chegada dos recursos matérias e de serviços (Velox).
A Secretaria, que nos convidou ao diálogo, reconhece um grande distanciamento da prefeitura em relação à Casa; levamos todas as nossas experiências em forma de relatórios e iniciamos uma articulação de parceria com a mesma que se diz bastante interessada na continuidade desta experiência. Hoje este diálogo se expandiu e existe a nossa articulação pró-casa da juventude que provavelmente deverão procurar as consorciadas para o diálogo sobre como podemos garantir a continuidade da Casa.
Tivemos a sorte da Casa ser reconhecida por Helena Abramo (importante socióloga que foi assessora da Comissão de Juventude da Câmara Municipal de São Paulo e que atualmente compõe o Conselho Nacional de Juventude e é autora de uma das publicações do Projeto Redes e Juventudes) em sua visita ao Recife para uma reunião com várias secretarias. Um outro reconhecimento foi o de Sofia Graciano (da Aliança Empresarial) além de Roberto Peixe (secretário municipal de cultura).
O êxito do trabalho foi graças a parceria que conseguimos com a Plan International (que financiou a Casa de outubro a janeiro) e o Centro de Cidadania Umbu-Ganzá além do engajamento de vários movimentos juvenis e das instituições que se comprometeram com a continuidade da Casa, segundo proposta que apresentamos.
Aproveitamos este breve relato para solicitar à nova gestão do Consórcio o reconhecimento devido deste trabalho, que infelizmente fora de êxito tardio pelo fato de que durante o Consórcio não se obteve a tempo as instalações, os móveis e as contratações previstas também não foram realizadas ao funcionamento da Casa, pontos que não foram bem trabalhados, durante o processo de avaliação final do Consórcio, pois infelizmente foi atropelado e não se deu continuidade, ao menos na presença dos coordenadores das áreas de trabalho do Consórcio. Sabemos que as dificuldades que enfrentamos (todos nós consorciados) foram muitas e de diferentes aspectos.
Gostaríamos, neste sentido de reconhecimento de todo o trabalho, oferecer subsídios resultantes de nosso planejamento, avaliação e registro das atividades realizadas (temos todos eles guardados) para serem aproveitados pela atual gestão e oferecer presencialmente o acúmulo de nossa experiência.
Evandro Sena.

20060303

Novos Bois com nome e tudo!

Agora é momento de darmos parabéns. Parabéns às entidades executoras do novo Consórcio Social da Juventude do Recife. E lembrarmos que este momento deve ser de suma importância para a juventude do Recife que vem batalhando por conquistas de políticas públicas. A juventude que está na Roda Permanente de Diálogo que é realizada mensalmente no prédio da ETAPAS, a juventude do Movimento Boca do Lixo que batalha agora para a continuidade das ações da Biblioteca Multicultural Nascedouro, a juventude que realiza o Farinha do Rock, a juventude que realiza o E.S.P.I.A., a juventude que está na batalha da redução das passagens ou na luta pelo Passe Livre, a juventude que é catalogada, pesquisada, seja pelo Fórum das Juventudes, seja pela Rede Juventudes, seja pela a Academia de Desenvolvimento Social, a juventude que discute, que participa, que batalhou na recém SNJ. O desencontro é imenso, de como os processos que vão se realizando dentro do município são tão pouco apropriados por esta juventude participativa: de quem é a culpa? Quem não quer o diálogo? Não, não é isto o que importa: o importante é que nunca é tarde para dialogarmos! O que sabemos em nossos espaços de como está o Consórcio? Como é o atual termo de referência? Quais os cursos que devem ser oferecidos? Que pesquisas de campos foram feitas para estas propostas serem apresentadas à Visão Mundial (a atual entidade âncora)? De a quantas anda a articulação da Secretaria de Direitos Humanos em relação a Casa da Juventude? Será que as entidades Consorciadas estão com as condições estruturais devidas para realizar uma qualificação de qualidade?A pesquisa realizada pelo IBASE serve ao Consórcio? Uma vez sendo útil, é utilizada como instrumento? Qual é a nova meta? E o índice de empregabilidade no estado condiz com a meta do Consórcio? Onde será a nova Casa da Juventude (Alguns já sabem que será na Rua José de Alencar, 385?)? Como será? Estará com suas portas abertas para o diálogo com a juventude participativa que teve uma experiência na gestão da casa no ano anterior? Estamos juntos nessa ou não? Precisamos dialogar e mais ainda porque estamos mais uma vez a realizar uma política de juventude em nossa região metropolitana... Não basta ter olhos apenas para as movimentações que existem em Brasília, precisamos nos articular em torno das ações locais, e ainda mais quando a realização é feita em parceria com a própria sociedade civil, com nossas ONGs que incitam aos jovens serem protagonistas, mas que muitas vezes estes ficam de fora na construção de projetos. A juventude não é apenas o público das ações. Damos nossos parabéns às entidades executoras deste novo Consórcio pelo compromisso que irá se firmar para a futura execução e torço para que seja um sucesso. É isso aí, vamos propondo políticas e vamos acompanhando as que são implantadas!!! Devemos estar unidos por esta realização, devemos todos pensar em como acompanhar e apoiar a execução do Consórcio, apoiar na mobilização à sensibilização de nossos empregadores e na formação de nossos futuros empreendedores e trabalhadores autônomos. Segue-se abaixo a relação das habilitadas à execução do CSJ na Região Metropolitana do Recife: Grupo Mulher Maravilha, Conselho para o Desenvolvimento do Programa Cidadania e Informática do Centro Marcelino Champagnat. Lar Presbiteriano Vale do Senhor ETAPAS Centro de Cidadania. Umbu-Ganzá Casa menina Mulher Coletivo Refazendo Retome sua Vida. Centro Nordestino de Medicina Popular Centro de Trabalho e Cultura Movimento Tortura Nunca Mais Centro de Prevenção às Dependências Visão Mundial

20060220

Relatório da Casa Pós - Consórcio

1. Deliberações sobre o organograma da Casa: A Casa continua com suas atividades preservando sua dinâmica e mantendo os grupos que nela atuam. Constitui-se como grupo gestor (instância deliberativa): CTC, Retome Sua Vida, CNMP, Casa Menina Mulher, Movimento Canal M e SPS (estas duas últimas não pertencentes ao Consórcio) além de um representante do Conselho Executivo, todas estas instituições apresentando contrapartidas dentro de uma nova planilha orçamentária. Constitui-se como Conselho Executivo todos os jovens que atuam voluntariamente na Casa. A Coordenação Executiva da Casa* continua com as mesmas pessoas da época do Consórcio mudando apenas o formato, excluindo a função de coordenador adjunto e criando, além da coordenação geral, duas outras coordenações: a de ações formativas e grupos e a de comunicação. Este formato deverá existir até janeiro de 2006 e durante este período a Casa deverá ter como estratégia articular-se politicamente para ganhar espaço físico de responsabilidade do poder público. Com apenas um mês de funcionamento a nova gestão da Casa conseguiu ampliar suas ações em relação ao período do Consórcio, devido ao interesse maior da juventude participativa com o novo sentimento de pertencimento do espaço, na forma de se construir decisões e utilizar-se dos recursos. *Coordenação Executiva da Casa: Evandro Sena (Coordenação Geral), Éricka Vieira (Ações Formativas e Grupos) Rodrigo B. Nery.(Comunicação) 2. Atividades permanentes na Casa e eventos: 1. Reuniões e ações de grupos/ entidades/ movimentos juvenis: Rede Jovem do Nordeste Fórum das juventudes do Recife (primeira terça e última quinta do mês) Associação dos músicos de Rock de Pernambuco Movimento Canal M (primeira quinta do mês) Coletivo Jovem Pernambucano de Meio-Ambiente (reuniões as quintas) Coletivo Vidiverso Comitê PE do Fórum Social Nordestino Fórum da Criança e do Adolescente Centro de Mídia Independente – pré-coletivo Recife Coletivos de fanzineiros Gambiarra imagens (todas as quintas) Fórum das crianças e adolescentes PJMP Grupo de Capoeira Chapéu de Couro 2. Cinema na Casa: Maconha (01/11) Sunshine – O despertar de um século. (03/11) Eles não usam Black-Tie (08/ 11) Trainspotting – sem limites (10/11) A Queda – As Últimas Horas de Hitler (17/11) O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (22/11) Caráter (24/ 11) Domingo Sangrento (29/11) Adeus Lênin! (01/12) Germinal (06/ 12) Abril Despedaçado (20 / 12) O Grande Ditador (22 / 12) Quanto vale ou é por quilo? (27/12) 3. Eventos: Festa da nova gestão: apresentações de bandas punks (Grito Civil , Nômades) e dj’s ( Evandro Q?, Pedro Jesus). (04 de novembro) E.S.P.I.A. (transferida o evento para o prédio da Academia de Desenvolvimento Social). Confraternização de fim-de-ano ( Prêmio Inquilino do Ano) (29/12) 4. Oficinas, cursos, capacitações e vivências práticas: Capoeira Regional e Angola (todas as terças, quintas e sextas) Biodança (todas as segundas) Inclusão Digital (segunda a sexta) Software Livre (quartas e sextas) Origami (11 de novembro) Arte-educação como instrumento pedagógico e de vida. (24 de novembro a 23 de dezembro, todas as quintas) Aventura de RPG (todas as quartas e quintas a partir de 09 de novembro) Ensaio de teatro: Teatração. Mini-curso: Políticas Públicas de Juventude – O que é que eu tenho a ver com isso? (dezembro de 2005 a fevereiro de 2006) Judô (quartas e sextas) Animação em vídeo (curso realizado no mês de janeiro a fevereiro de 2006, todas as segundas, quartas e sextas) 5. Debate: · Organização dos Movimentos Juvenis no Brasil – Diferentes perspectivas. Convidados: Lívia di Tommasi (Projeto Redes e Juventudes) e Leandro (Academia de Desenvolvimento Social) (16 de novembro). 6. Outras reuniões: · Contribuições ao Plano Nacional da Juventude – várias temáticas. (14, 17, 30 de novembro). · Ato público: “Todas as ruas tem a nossa cara” (outubro/ novembro todas asa terças) · Ato público: redução de passagem e luta pelo passe livre.(16, 18 de nov) · Coletivo de fanzineiros de Pernambuco – preparação para seminário. 7. Estratégias de comunicação: Panfletos semanais Mural geral e murais independentes TV Janela (www.myspace.com/casadajuventudedorecife) Rádio da Casa. Em projeto Casa de papel (informativo impresso). Em projeto. Folder da Casa. Home-page ( http://casadajuventude.multiply.com/ ) 8. Cooperativa: Gambiarra Imagens – jovens produtores de vídeo. 9. Parceiros não gestores: Plan International Brasil Centro de Cidadania Umbu-ganzá FUNDARJ CENAP Sindicato dos Bancários Projeto Redes e Juventudes 10. Participações da Coordenação da Casa em outros espaços: Festival de Cultura da Faculdade de Direito do Recife (18 de novembro) com palestra de Evandro Sena sobre “As reais demandas dos Movimentos Culturais Juvenis do Recife” Plenárias da Comissão Parlamentar Especial “Projeto Juventude” (outubro / novembro) Centro Jovem da Cidade de Cabo de Santo Agostinho (reuniões pré-inaugurações e debate sobre participação juvenil) (setembro/ outubro) Encontro do Sol no Mercocidades com o Projeto Redes e Juventudes em santo André (em novembro) Palestra sobre o contexto atual das ppjs no cenário nacional (SERTA) (janeiro) Stand no Festival da Juventude (janeiro de 2006)

20060130

O Fim da Casa da Juventude!!!???

Às vésperas do Festival da Juventude promovido pelo governo do estado tivemos que encerrar prematuramente nossas ações na Casa da Juventude, daí fizemos um imenso painel com o seguinte texto e fotos de vários momentos da Casa e expomos em nosso stand. Fim: A Casa da Juventude que funcionava na Rua de Santa Cruz, número 190, fechou. A Gambiarra Imagens - fruto da ação do Consórcio Social da Juventude, fruto do Centro Nordestino de Medicina Popular, fruto da juventude inteligente, criativa e participativa - retiraram seus equipamentos para dar continuidade em outro espaço; com certeza não era este o destino que a cooperativa queria. A Casa Menina Mulher, ONG que realizava encontros e oficinas na Casa também se despede, mas cumprindo seu compromisso em manter a segurança eletrônica. O Retome Sua Vida fica sem seu local da oficina realizada por Wagner Vinhas, grande amigo de todos que fizeram esta Casa acontecer. O Centro de Trabalho e Cultura fica temporariamente sem a possibilidade de disponibilizar os equipamentos de sua responsabilidade para o determinado fim aos quais existem: a implantação da Casa da Juventude do Recife. Tendo que infelizmente retirar os pertences (tombados pelo Ministério do Trabalho e Emprego). O grupo de Capoeira Chapéu de Couro, o grupo de Biodança, o curso de Judô e o grupo de RPG que existiam na Casa ficaram todos sem seu espaço. Os jovens que circulam na Casa da Juventude sejam por estudarem, trabalharem ou morarem próximo a ela, não poderão mais assistir aos filmes do Cinema da Casa ou terem acesso à Internet que eram tudo gratuito. Não possuem mais seu lugar para realizarem suas reuniões festas ou intervenções políticas e artísticas os grupos e movimentos: A Rede de Resistência Solidária, a AROCKPE, o Fórum das Juventudes do Recife, o Canal M, A Rede Jovem do Nordeste, o movimento punk, o movimento hip-hop, o Centro de Mídia Independente, a PJMP, o Coletivo Jovem de Meio-ambiente, a Gambiarra Imagens, entre outros. Queremos que, neste futuro próximo, o poder público assuma uma parceria junto a sociedade civil no sentido de ceder um prédio que sirva ao funcionamento da Casa da Juventude do Recife. Caso este mesmo não assuma (o que seria uma grande falta já que estamos nos referindo a uma política pública e com equipamentos tombados pelo MTE) que alguma outra instituição ofereça um espaço para funcionar as atividades da Casa, inclusive para o próximo Consórcio Social da Juventude. Gostaria de agradecer a todos que participaram de todo esse processo de forma legítima e com bastante garra trabalharam, aos que apóiam mesmo pouco ou timidamente, aos que apostam, aos que rezam, aos que enchem os olhos de lágrimas, aos que mesmo de longe torcem por esta realização. Só por hoje nos resta esta sensação em parecer que o sonho acabou. Evandro Sena. Coordenador.

20060127

Como fechou a Casa da Juventude na Rua da Santa Cruz

Às vésperas do Festival da Juventude promovido pelo governo do estado tivemos que encerrar prematuramente nossas ações na Casa da Juventude, daí fizemos um imenso painel com o seguinte texto e fotos de vários momentos da Casa e expomos em nosso stand. Fim: A Casa da Juventude que funcionava na Rua de Santa Cruz, número 190, fechou. A Gambiarra Imagens - fruto da ação do Consórcio Social da Juventude, fruto do Centro Nordestino de Medicina Popular, fruto da juventude inteligente, criativa e participativa - retiraram seus equipamentos para dar continuidade em outro espaço; com certeza não era este o destino que a cooperativa queria. A Casa Menina Mulher, ONG que realizava encontros e oficinas na Casa também se despede, mas cumprindo seu compromisso em manter a segurança eletrônica. O Retome Sua Vida fica sem seu local da oficina realizada por Wagner Vinhas, grande amigo de todos que fizeram esta Casa acontecer. O Centro de Trabalho e Cultura fica temporariamente sem a possibilidade de disponibilizar os equipamentos de sua responsabilidade para o determinado fim aos quais existem: a implantação da Casa da Juventude do Recife. Tendo que infelizmente retirar os pertences (tombados pelo Ministério do Trabalho e Emprego). O grupo de Capoeira Chapéu de Couro, o grupo de Biodança, o curso de Judô e o grupo de RPG que existiam na Casa ficaram todos sem seu espaço. Os jovens que circulam na Casa da Juventude sejam por estudarem, trabalharem ou morarem próximo a ela, não poderão mais assistir aos filmes do Cinema da Casa ou terem acesso à Internet que eram tudo gratuitamente. Não possuem mais seu lugar para realizarem suas reuniões festas ou intervenções políticas e artísticas os grupos e movimentos: A Rede de Resistência Solidária, a AROCKPE, o Fórum das Juventudes do Recife, o Canal M, A Rede Jovem do Nordeste, o movimento punk, o movimento hip-hop, o Centro de Mídia Independente, a PJMP, o Coletivo Jovem de Meio-ambiente, a Gambiarra Imagens, entre outros. A Casa da Juventude do Recife fechou prematuramente, um mês antes de ter seu resultado final no citado endereço, um mês depois de chegar seu recurso para funcionamento de quatro meses (outubro, novembro, dezembro e janeiro). Motivo de seu fechamento: a Serviço de Promoção Social (irônico nome), instituição dona da casa e que através de Eliana, sua representante, pediu para que retirássemos e sem nenhum acordo a mais, ao término deste mês, afirmando que foi acordado apenas três meses e que em janeiro eles vão executar reformas no espaço. Desfazendo desta forma os acordos realizados verbalmente (e é esta nossa infelicidade) diante de financiadores e parceiros este funcionamento para quatro meses. Eliana afirmou que já enviou e-mail para todos solicitando a retirada imediata dos móveis e equipamentos. O CTC tentou dialogar com Eliana na possibilidade de concluirmos o período acordado, mas não houve acordos. Tentamos através de nossas reuniões periódicas tomarmos (CTC, SPS, Retome Sua Vida, Canal M, Casa Menina Mulher e CTC) uma decisão Resultado: sairemos deste endereço na data determinada por Eliana; utilizaremos o recurso financeiro (pela Plan International) para promover a discussão sobre a importância dos centros de juventudes como política pública, através de eventos, publicação e vídeo, partindo de nossa experiência. Queremos que, neste futuro próximo, o poder público assuma uma parceria junto a sociedade civil no sentido de ceder um prédio que sirva ao funcionamento da Casa da Juventude do Recife. Caso este mesmo não assuma (o que seria uma grande falta já que estamos nos referindo a uma política pública e com equipamentos tombados pelo MTE) que alguma outra instituição ofereça um espaço para funcionar as atividades da Casa, inclusive para o próximo Consórcio Social da Juventude. Gostaria de agradecer a todos que participaram de todo esse processo de forma legítima e com bastante garra trabalharam, aos que apóiam mesmo pouco ou timidamente, aos que apostam, aos que rezam, aos que enchem os olhos de lágrimas, aos que mesmo de longe torcem por esta realização. Só por hoje nos resta esta sensação em parecer que o sonho acabou. Evandro Sena. Coordenador.

20050903

Discurso de encerramento CSJ - Recife 2005

Boa noite a todos que estão presentes aqui neste Pátio. Gostaria de agradecer às pessoas que participaram da construção do Consórcio Social da Juventude aqui no Recife e que não fazem parte das entidades executoras: Jorge Perez, Vera Jatobá, Carlúcio Castanha, Lívia de Tommasi, entre outros. Gostaria de agradecer aos jovens que contribuíram na elaboração do projeto da Casa, cuja primeira versão foi escrita por Lívia: Doninho, Elisangela, César Ricardo e outros mais. Agradecer a todos os coordenadores e educadores, às entidades executoras e que são sensíveis à causa. Agradecer ao Serviço de Promoção Social, à equipe de voluntários e aos grupos que estão dando uma força. À Haroldo, Germana, Luciana, Paula, Mateus, Isaque, Sandro, Rodrigo, Chiquinho, Arlan, Conceição, Clênio, e o Grupo Chapéu de Couro, ao Fórum das Juventudes Recife/PE, Êxito d’Rua, Associação Metropolitana de Hip-hop, Centro de Mídia Independente, Associação dos Músicos de Rock de Pernambuco, PJMP, Rede Jovem do Nordeste, Projeto Redes e Juventudes, Movimento Canal M e Movimento Cultural Boca do Lixo. Agradecer a todos desta equipe do Consórcio: Cirilo, Célio, Rosélia, Artur, Rozário, Andréa, Mayave, Clara, Neilan, Vanessa, Eva, Jaci, Antônio, Solange, Edilma, Cleiton e em especial a minha companheira maior: Ericka Vieira. Agradecer a existência da Ouvidoria Jovem. Fico feliz por mais de 1.000 pessoas terem circulado por uma casa de aproximadamente 100mXm nos últimos 5 meses. Ter de 50 a 200 pessoas circulando por dia e feliz por desconfiar que, mesmo não termos todos os recursos por nós sonhado, que os sonhos se constroem aos poucos. Ontem aconteceu uma avaliação realizada pela Ouvidoria Jovem do Consórcio e isto me fez refleti sobre erros que poderíamos ter cometido, então descobri que de fato não comentemos erros! Erros cometeríamos se fôssemos desonestos, omissos, centralizadores, inflexíveis e anti-democráticos. Eu diria que nesta guerra pela inserção social de muitos jovens e mais especificamente de inserção no mundo do trabalho, perdemos batalhas, ganhamos várias, mas o saldo final ainda veremos. Já posso dizer que somos vencedores por executarmos um projeto, de 5 a 6 meses, cuja meta é quase um surrealismo se fomos levar em conta os índices de desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife e onde inserimos dezenas e dezenas de jovens no mundo do trabalho. Somos vencedores sim e entre nossos quartéis está à Casa da Juventude, que ainda está com suas portas abertas cumprindo seu papel de política pública, de inserção social, de discussão e experiências de uma nova “cultura de trabalhidade” (uma maneira de ver, entender, agir e interagir com o mundo do trabalho que tenha em conta os impactos, sobre esta esfera da vida, de dinamismos como a globalização dos mercados, o fim da Guerra Fria, o advento de novas tecnologias e as novas formas de processo produtivo). E desse modo, realizando suas atividades que é um mérito de todos que nela habitam. Quais são os moradores da Casa? A juventude na sua diversidade e os que dialogam com ela. Espero ainda que a juventude partidária faça-a sua também, com crise ou sem crise, porque a crise não é da esquerda, a crise não é só de um partido, a crise é política e humana, é do homem no mundo. Terá sido porque as convicções ideológicas saíram de moda? Então temos mais do que nunca que estufar o peito, e, pra que acredita e tem convicção dizer: Viva o Socialismo! Nós, da Casa, tentamos também garantir o que se prevê nas recomendações e propostas discutidas durante o Projeto Juventude em todo o país: ser um espaço de valorização e fortalecimento das capacidades dos jovens; espaço de expressão e criação, laboratório de experimentação de possibilidades e capacidades, de construção de formas alternativas de fazer política, e de produção autônoma de serviços de interesse coletivo. Pra terminar digo que o bem da humanidade deve ser os jovens poderem ser criativos, construtivos e solidários. O bem da humanidade é despertar nos jovens valores positivos e elevar seu senso estético. O bem da humanidade é o jovem em vez das drogas e da violência se ocuparem com esporte, arte, comunicação, luta social e defesa do meio-ambiente. O bem da humanidade é o jovem superar o individualismo e o comunismo. Tudo isso parodiando o escritor inglês Aldous Huxley que nos diz: o bem da humanidade consiste em que cada um goze o máximo de felicidade que possa sem diminuir a felicidade de ninguém.